Herman Melville (1819-1891) celebrizou-se por seu romance Moby Dick, de 1851, e por suas histórias de aventuras, como Taipi, paraíso de canibais (Coleção L&PM Pocket). Mas a narrativa de Bartleby, o escriturário: uma história de Wall Street é que resume a filosofia por trás de toda obra do autor, considerado por muitos precursor do existencialismo do século XX.
Bartleby é um escriturário que faz cópias de documentos burocráticos. Dia após dia entra no escritório, não conversa com ninguém, esconde-se no seu canto, imperturbável, e recusa-se a fazer tarefas com um invariável e desconcertante "Prefiro não fazer". A história é contada pelo chefe do escritório, que esforça-se para perscrutar a misteriosa e impenetrável personalidade do estranho funcionário. Com um estilo narrativo que não dá ao leitor chance alguma de abandonar a história, Melville faz reflexões acerca da natureza humana e propõe um homem transcendentalmente moral.
Esta nova tradução de Bartleby, o escriturário: uma história de Wall-Street, preserva o estilo humorado e por vezes sombrio de Melville. Por trás desta história aparentemente simples – a de uma personalidade estranha que resiste à análise psicológica – revela-se um tanto da filosofia que costura toda a obra do autor: o personagem principal – o narrador – esforça-se virtuosamente para cumprir com o seu quinhão na organização moral do mundo. Considerada hoje uma das melhores narrativas da prosa melvilliana, a obra está igualmente imbuída daquele sentimento que é a marca registrada do escritor: a noção da importância daqueles momentos na vida quando, contrariando uma orientação consciente, algo da nossa natureza de seres humanos misteriosamente toma o comando, conduzindo-nos de modo aparentemente contrário a nossa vontade e, igualmente, a noção de que são esses os momentos em que a nossa história moral é determinada.
Eleito por Jorge Luis Borges como uma das obras literárias mais importantes da humanidade, Bartleby, o escriturário é uma bela amostra do legado de Melville, um dos mais importantes nomes da literatura mundial, chamado pelo escritor francês Albert Camus de "O Homero do oceano Pacífico".
Nós usamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao utilizar nossos serviços, você concorda com tal monitoramento. Leia nossa política de privacidade
Opinião do Leitor
Seja o primeiro a opinar sobre este livro