Notícias


Originais de Aya de Yopougon, recém-lançado pela L&PM Editores, são destaque em mostra de quadrinhos em São Paulo

21/10/2009

- Por L&PM Editores

Picha, exposição de quadrinhos africanos em cartaz em São Paulo, no Museu Afro Brasil, traz, entre outros destaques, os originais de Aya de Yopougon, de Marguerite Abouet e Clément Oubrerie, livro recém lançado pela L&PM Editores. Composta de desenhos originais, publicações e páginas da imprensa local com histórias em quadrinhos, a mostra Picha chega ao Brasil após uma turnê pela Holanda, Nigéria e Espanha, onde esteve entre maio e junho deste ano. As obras expostas são de artistas de 17 países africanos e variam do cartum à ilustração realista, abordando conteúdos que variam bastante, das denúncias de violações de direitos humanos à vida mais cotidiana.

Como os africanos vivem, e não como eles morrem

Em entrevista à Folha de S.Paulo de 20 de outubro¸ Marguerite Abouet conta que “é muito difícil para os africanos fazer quadrinhos. É uma pena, porque há muitos africanos talentosos que têm coisas a dizer e não têm oportunidade de se fazer conhecer ou de serem editados porque estão em países sem estrutura para isso.” Premiada no Festival Internacional de História em Quadrinhos de Angoulême em 2006¸ Aya de Yopougon é a primeira HQ escrita por Abouet – os desenhos são de seu marido, Clément Oubrerie. Para a autora, radicada na França há doze anos, "quando a mídia chega na África Ocidental, ela nos mostra excessivamente como os africanos morrem, nunca como eles vivem. E, inversamente, o cinema de animação e a literatura focalizam contos e lendas, uma visão folclórica que não coincide com a vida de um africano moderno."

Aya, a personagem-título, tem 19 anos e mora em Abidjã, na Costa do Marfim. Ela é estudiosa e quer se tornar médica. O livro mostra sua amizade com duas moças da mesma idade, mas que estão mais interessadas em namorar e se divertir. "O fato de Aya contar sem rodeios a vida diária em países africanos, sem a ladainha habitual midiática sobre as guerras, a fome ou a Aids, é a razão de seu sucesso no Ocidente", afirmou a roteirista à Folha de S.Paulo.


A mostra Picha fica em cartaz até 14 de novembro, de terça a domingo, das 10h às 17h, com entrada franca no Museu Afro Brasil (pq. Ibirapuera, portão 3, tel. 0/xx/11/5579-0593), em São Paulo (SP).