22/02/2010
- Por L&PM Editores
Ironia. Eis a arma de Eduardo Galeano para fazer com que o leitor grude em cada uma das linhas de seus textos. E a julgar por Bocas do tempo – que chega agora à coleção de bolso – não são necessárias muitas para que o indivíduo permaneça com o escritor uruguaio até o fim. Com pequenos contos, Galeano passeia por histórias verídicas e ficcionais, sem nunca deixar de lado seu objeto de estudo – o ser humano e suas contradições.
A comida e a bebida, os amores, a solidão, os relacionamentos, as profissões e, em todas elas, o tempo. Tudo está na linha de tiro de Galeano, e sempre de forma complementar. Ou então, o que justificaria ordenar os textos Senhora[Terra] que escuta, Senhor [vulcão] que fala e Senhor [morro] que cala se não para mostrar a continuidade e a proximidade de histórias tão distantes?
Agora, se depois de enfrentar Galeano, ainda assim, disseres “Eu nunca mais senti nada disso”, o uruguaio responderá:
– Seu caso é grave.
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