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120 anos de casos resolvidos

18/01/2008

- Por L&PM Editores

Sherlock Holmes, o detetive mais famoso da história da literatura, completa 120 anos de casos resolvidos com seu inigualável faro para caçar criminosos e com a ajuda, é claro, do seu fiel colaborador, dr. Watson.

O escritor britânico Arthur Conan Doyle (1859-1930) deu vida ao célebre detetive em Um estudo em vermelho, livro publicado pela primeira vez em 1887, na revista Beeton’s Christmas Annual.

A revista começou a ser vendida em novembro daquele ano ao preço de um xelim e se esgotou antes do Natal. Os poucos exemplares que existem da Beeton’s Christmas Annual de 1887 se transformaram em valiosíssimo objeto de coleção para os admiradores de Holmes.

Em 2007, foi leiloada na Sotheby’s de Nova York, por 156 mil dólares, uma cópia da lendária publicação que havia sido restaurada. A revista teve o papel de promover Um estudo em vermelho, que não apareceu em livro antes de julho de 1888.

Na obra, escrita por Doyle aos 27 anos, Watson enumera e examina milimetricamente os conhecimentos de Holmes – que em literatura e astronomia, por exemplo, são nulos; e em botânica, escassos, já que seus interesses giravam em torno de beladona, ópio e tóxicos em geral.

Sobre química, pelo contrário, o sagaz detetive acumula profundos conhecimentos, toca bem o violino (um Stradivarius), tem certa habilidade no boxe e na esgrima e conhece ao pé da letra as leis inglesas. Holmes demonstrará em futuros episódios uma grande destreza intelectual, deixando claro que o descrito em Um estudo em vermelho era apenas uma brincadeira com Watson.

Nesse primeiro livro, o investigador estréia resolvendo um crime cometido em Londres, cuja trama se relaciona com a religião mórmon e suas origens, no estado de Utah (EUA). Doyle acabou escrevendo quatro novelas e 56 relatos sobre as peripécias de Holmes, que se converteu no paradigma de detetive e influenciou a criação de outros grandes investigadores fictícios, como Hercule Poirot, de Agatha Christie (1890-1976).

Não é por nada que Holmes dá nome à sua própria profissão, a de “detetive consultor”, que consiste em ajudar a esclarecer casos não-resolvidos pela polícia (a Scotland Yard, nesse caso). Não há dúvida de que Holmes continua sendo o “detetive mais famoso do mundo”, como afirmou o presidente da Sociedade Sherlock Holmes de Londres, Guy Marriot, ao destacar que suas histórias “foram traduzidas para muitas línguas”.

O Guinness se refere a ele como “o personagem cinematográfico mais interpretado”, pois cerca de setenta atores – entre eles Basil Rathbone (1892-1967), por acaso o melhor Holmes de Hollywood – interpretaram o investigador com seu eterno cachimbo nos lábios e sua inconfundível boina.

Obras teatrais, séries televisivas e radiofônicas, desenhos animados, quadrinhos e games tornaram o detetive um “ícone, reconhecível inclusive por aqueles que nunca leram suas histórias originais”, apontou Roger Johnson, diretor do The Sherlock Holmes Journal, uma revista dedicada ao personagem.

Além disso, muita gente ainda tem dúvidas – mesmo que pareça mentira – se o mítico investigador é uma ficção ou se chegou de fato a existir. Realmente, “Sherlock Holmes existiu de verdade?” é a pergunta mais comum das 50 mil pessoas que visitam por ano o Museu de Sherlock Holmes em Londres, localizado em um imaginário 221B da Baker Street, o célebre endereço do investigador.

Muitos ignoram também que a megaconhecida frase “elementar, meu caro Watson”, atribuída a Holmes, nunca foi dita por ele em nenhuma obra de Doyle. Na verdade, teve origem em O retorno de Sherlock Holmes (1929), primeiro filme sonoro sobre o detetive. Seja como for, Sherlock Holmes continua fascinando 120 anos depois de seu nascimento, e como exclamou o mediador do citado museu, John Aidiniantz, talvez isso seja assim porque “todo mundo gostar de resolver um mistério”.

Fonte: EFE (Londres)