O "dadaísta do Bronx", o "poeta metálico", o "poeta extinto": esse é Carl Solomon, para quem o longo e profético Uivo, de Allen Ginsberg, foi inteiramente dedicado. Mas Solomon não é apenas um nome numa dedicatória antológica – ele também escreve. E como! Poeta em migalhas, cronista do absurdo, contista fragmentário, Carl Solomon tem se dedicado ultimamente a empregos não-literários (vendedor, mensageiro).
Os textos destes seus dois primeiros e únicos livros, Mishaps, Perhaps e More Mishaps, editados por Mary Beach em 1966 e 1968 respectivamente, nos oferecem uma visão intensa e singular do outro lado, sem Deus nem natureza. Espécie de Artaud com um riso michauxniano no canto da boca, Solomon se diferencia dos outros beats por ser escritor não-místico e demasiado urbano.
Aqui o leitor encontrará indignados libelos contra a psiquiatria policialesca e repressiva dos asilos e hospícios, ensaios sobre Artaud, Van Gogh, Baudelaire e outros visionários, flashes da vida beat pelos becos, ruelas e apartamentos encardidos de Nova Iorque. Um livro ousado, digno e arrebatador.
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Opinião do Leitor
Rody Cáceres
Rio Grande/RS
Comecei a escrever por causa desse livro. Depois de ler Carl Solomon ninguém permanece o mesmo...
17/06/2010