Quando publicou Que loucura! (Side effects), em 1980, Woody Allen já era um artista aclamado, tendo dirigido, entre outros, os antológicos Tudo o que você gostaria de saber sobre sexo (1972), Annie Hall (1977, vencedor de quatro Oscar) e Manhattan (1979). Mas o livro, com dezessete textos humorísticos, também é testemunha do início da carreira do multitalentoso Allen, quando ele desepjava verve, piadas e gags para platéias em restaurantes e casas noturnas.
Estrondoso sucesso de público, tendo freqüentado as listas de mais vendidos do mundo inteiro, Que loucura! traz textos em que Allen mistura humor, filosofia, psicanálise e história, tudo com uma indefectível dose da neurose moderna que é sua característica principal. Em A pele de Sócrates, o humorista coloca-se no lugar do filósofo, nos seus últimos dias de vida, antes de ser obrigado a suicidar-se. No conto intitulado O caso Kugelmass (que ganho o prêmio O. Henry de 1978), um professor, graças aos poderes de um obscuro mágico, é levado para dentro de Madame Bovary, onde viverá uma história de amor – longe da sua mulher supercontroladora. Com seu estilo personalíssimo e sua imaginação que desconhece limites, o autor prescruta – sempre rindo, é claro – as mais inusitadas situações e facetas da humanidade. Que loucura!: um programa tão divertido quanto os filmes de Woody Allen.
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