Poemas e contos inéditos do Velho Buk
Todas as pessoas solitárias, amargas e miseráveis que se
sentem menosprezadas,
traídas pelas forças, elas culpam a vida, as circunstâncias,
culpam os outros quando de fato
elas
são totalmente insossas, obedientes a sua falta de originalidade,
covardes e plácidas, seguem se sentindo enganadas, infestando
a Terra
com suas lamúrias, com seus ódios –
embotadas no centro de lugar nenhum, esses milhões de erros
humanos, indo dia após dia e noite após noite através
de seus movimentos castrados,
acabam por ferir a própria Terra, ferir todas as coisas,
esse desperdício
o horror de todo esse
desperdício.
(“as massas”)
Charles Bukowski é um daqueles autores cuja vida e obra às vezes e parecem e até se confundem. Tendo se tornado conhecido como escritor nas décadas de 1960 e 970 versando sobre temas como alcoolismo, autodestruição, a vida dos marginalizados, a falta de perspectiva, o ignóbil e o patético que permeiam a existência humana, a transitoriedade e tudo, não deixou de causar impacto quando, em 1990, ele chegou à idade e 70 anos – contrariando todas as expectativas.
Foi para comemorar tal marca que publicou, no mesmo ano, Septuagenarian Stew, com poemas e contos até então inéditos.
Além de seus temas perenes, abundam aqui textos sobre escrever, sobre a vida de escritor profissional, sobre o ato criativo. Em seu estilo direto, econômico, irônico, recheado com diálogos magistrais, Bukowski mais uma vez surpreende seus leitores: nem tudo são garrafas vazias, sexo sórdido, ausência de comunicação e desesperança: há a arte – e Bukowski o afirma com a sabedoria e o humor ferino característicos dos septuagenários.
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