A visão asteca da conquista do México
“E depois de massacrarem o povo de Cholula, os espanhóis colocam-se em marcha, já vão ao México. [...] Alguns vão vestidos de ferro, vão reluzindo. Por isso são vistos com grande terror, vão infundindo horror em tudo: são muito assustadores, são horripilantes. E seus cães seguem à frente, levam seus focinhos levantados: vai-lhes caindo saliva pelo focinho. De sua parte, as pessoas simples ficam apenas tomadas pelo medo. Não fazem mais do que se sentir desesperadas. É como se a terra tremesse, como se a terra rodopiasse ao redor de seus olhos. Para nós, tudo era um assombro.”
Diz-se que a história é contada pelos vencedores. No caso da sangrenta conquista do México, no início do século XVI, essa afirmação é uma meia verdade. Os sábios indígenas sobreviventes também conseguiram dizer e deixar escrito seus depoimentos sobre um dos maiores genocídios já perpetrados: “Tudo isso aconteceu conosco, nós vimos, nós contemplamos, ficamos angustiados com essa lamentável e triste sorte...”.
Cuidadosamente compilados pelo antropólogo mexicano Miguel Léon-Portilla (1926-2019) e publicados pela primeira vez em 1957, os textos astecas oferecem uma aterradora e trágica visão da colonização. A partir destes relatos – redigidos por sábios e sacerdotes astecas –, se obtém um panorama vívido e impressionante da derrocada da mais poderosa civilização do Novo Mundo.
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