Antonio Bivar é um intelectual brasileiro importante e peculiar. Escritor, autor de diversas peças de sucesso, como a superpremiada Cordélia Brasil, Bivar participou intensamente da agitação inovadora dos movimentos de contracultura dos anos 60, 70 e começo dos 80. Participou à sua maneira, como se pode ver neste Verdes vales do fim do mundo, um texto de memórias precoces onde conta a sua estada de um ano e uma semana nos EUA e Europa (com residência em Londres), desfrutando o prêmio Molière de 1970, ganho com Abre a janela e deixa entrar o ar puro e o sol da manhã. Por seu texto elegante, preciso e delicioso, este livro com as recordações de Bivar, muito mais do que um simples relato biográfico, acabou tornando-se um "cult" sobre as andanças e tumultos dos anos 70.
Verdes vales do fim do mundo é sobretudo um testemunho fundamental sobre o que Londres representou para a rapaziada do começo da década de 70, quando o sonho ainda não tinha acabado e havia uma sincera ilusão da fraternidade e o mundo era um quarto pequeno com aquecimento, ou somente uma mochila, ou, então, singelos baseados fumados sob as estrelas ao som de Jim Morrison, Hendrix, Janis Joplin, no encantado festival da Ilha de Wight. Dos lugares que passou, dos momentos que viveu, das pessoas que conheceu, há sempre um enfoque generoso e invariavelmente interessante. Verdes vales do fim do mundo situa uma época em que quem viveu vai curtir muito relembrar e quem não viveu certamente entenderá tudo; algo como, parafraseando o velho Eça, "éramos assim em 1971..."
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