Escrito entre 1835 e 1843, Ilusões perdidas forma, com O pai Goriot e Esplendores e misérias das cortesãs, uma trilogia informal. Apesar de autônomos, esses romances podem ser considrados a espinha dorsal de A comédia humana e têm em comum vários personagens e o corrosivo olhar sobre a sociedade francesa do início do século XIX, habitada por tipos sociais que Balzac analisou como ninguém.
Pode haver discussão sobre Ilusões perdidas ser o título mais famoso do autor. Mas não há discussão quanto a isto: trata-se do livro em que Balzac melhor retratou o meio em que ele própria vivia. Lucien de Rubempré, o jovem (anti?) herói deste romance de formação, quer ser escritor. Do alto da sua ingenuidade, convencido dos seus dons de beleza e eloqüência, sai dos rincões da França profunda em direção a Paris, almejando tornar-se um reconhecido homem de letras. A lição que Paris vai lhe ensinar, Balzac a conhecia muito bem. Este via a imprnsa e o meio literário como um ninho de corrupção e politicagem; repórteres, críticos e editore eram pusilânimes, vazios e inconfiáveis, e ninguém perdoaria um jovem interiorano que quisesse vencer na capital. Uma obra fundamental sobre a perda da inocência e o nascimento da imprensa, para ser lida e relida.
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