Um sujeito invejoso e arrogante, na visão de seus detratores, ou de uma bondade infinita, como afirmava sua segunda esposa?
Fiódor Dostoiévski (1821-1881) foi um menino inquieto, um adolescente que lia de Shakespeare aos romances históricos de Walter Scott e cujo sonho era ser escritor, mas por desejo paterno estudou engenharia.
A convivência com a epilepsia, o vício em jogo, o trabalho combativo como jornalista, a evolução desde as primeiras aventuras literárias até a publicação de seus grandes livros, como Crime e castigo e Os irmãos Karamázov, e finalmente o casamento com Anna Grigórievna, mulher que lhe salvou a vida – tudo é ricamente retratado. Mas nada se compara ao episódio em que acabou preso, aos 28 anos, e condenado à morte por seu engajamento político. Diante do pelotão de fuzilamento, teve a pena comutada por trabalhos forçados na Sibéria.
Após a morte do sofrido escritor, aos 59 anos, um cortejo de 60 mil pessoas – algo até então nunca visto na Rússia – acompanhou seu caixão, tal era a celebridade do romancista que deu uma nova expressão aos demônios e à miséria inerente a todos seres humanos.
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