O célebre romancista francês, Honoré de Balzac (1799-1850), nunca escondeu seu fascínio pela controversa figura de Napoleão Bonaparte (1769-1821), imperador da França, conquistador da Europa, estadista, déspota e gênio militar. Além de sua própria obra, muitas vezes impregnada do legado napoleônico, Balzac recolheu alguns escritos e máximas do imperador dos franceses e organizou-os no presente volume, até hoje inédito no Brasil.
Como fazer a guerra divide-se em cinco partes: “O republicano e o cidadão” reúne reflexões sobre a sociedade civil européia e sobre a natureza das revoluções; “A arte militar”, em que o tema é o estado de guerra (e nesta parte Napoleão dá mostras da intrepidez que o tornou célebre, em máximas como “Na guerra, todo comandante de praça que a entrega um momento antes de ser obrigado a isso merece a morte”); “O soberano e o organizador”, que traz pensamentos voltados à arte (e desafio) de governar e de exercer autoridade (“A boa política é fazer crer aos povos que eles são livres, o bom governo é torná-los felizes como eles querem ser”); em “Experiência e infortúnio”, estão reunidos máximas e aforismos em que Napoleão filosofa sobre o fracasso, e sobre sua própria experiência de ter perdido a guerra e o governo (“O acaso é o único rei legítimo no universo”). A última parte, “Sobre o lorde Castlereagh”, consiste em um texto único em que ele analisa a figura do diplomata inglês que organizou a quádrupla aliança entre Áustria, Rússia, Grã-Bretanha e Prússia contra o próprio Napoleão.
Mais do que meras curiosidades, as máximas de Napoleão revelam verdades sobre a humanidade e sobre os Estados modernos, que tiveram início, tal qual os conhecemos, em finais do século XVIII.
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