05/05/2010
- Por Ivan Pinheiro Machado
Em 15 de outubro de 1815, Napoleão Bonaparte, derrotado em Waterloo, traído pelos franceses e pelos ingleses chegou à ilha de Santa Helena. Esta pequena possessão inglesa fora escolhida para ser o castigo e a prisão do Imperador. A volta do primeiro exílio na Ilha de Elba fora uma lição sobre a sua capacidade de retornar nos braços do povo. Ele então foi condenado ao desterro em um lugar improvável, uma ilha infernalmente tórrida, perdida no meio do Oceano Atlântico. O carcereiro, Sir Hudson Lowe foi o homem encarregado de policiar, vigiar e humilhar Napoleão Bonaparte até sua morte. Foram seis anos de martírio. Há 189 anos atrás, em 5 de maio de 1821, o Imperador (como era chamado pelos poucos amigos que lhe acompanharam até o fim) morria naquele inferno úmido e quente, corroído pela amargura e pelo câncer (embora haja a versão não oficial de que foi lentamente envenenado com arsênico pelos ingleses).
Napoleão Bonaparte nasceu em Ajaccio, capital da Córcega, em 15 de maio de 1869. Desenvolveu sua carreira militar justamente no período da Revolução Francesa. Aos 19 anos já era tenente de artilharia do Grande Exército francês. Aos 27 anos, em 1896, tornou-se general de exército, quando iniciou sua fulminante ascensão. Atingiu a celebridade, comandando as tropas francesas em triunfos lendários como as batalhas de Rivoli na Itália e de Austerlitz e Marengo quando derrotou o exército austríaco. Com o golpe de 18 brumário, Ano X, segundo o calendário da revolução francesa (9 de novembro de 1799, segundo o calendário tradicional), tornou-se o principal cônsul de um triunvirato que governou a França. Sua chegada ao poder foi favorecida pelos enormes problemas da época. De um lado, a França abalada pela corrupção e a desordem, por outro, a opinião pública indignada com os políticos. Eficiente, estabilizou politicamente o país, acabou com a corrupção, deu melhores condições de vida ao povo e em 1804 foi proclamado Imperador. Contraditório, brilhante, ambicioso, a verdade é que Napoleão Bonaparte deixou a sua marca na França e na Europa. Modernizou a administração estatal, acabou com a excessiva influência da Igreja, com o feudalismo, impedindo o retorno das velhas práticas anteriores à Revolução Francesa. Resumindo, Napoleão tornou-se imperador, mas não abdicou dos princípios básicos da revolução.
Na sua agonia, lamentava: “Por que não morri antes? Tantas e tantas vezes desafiei de peito aberto as balas dos mosquetões e dos canhões”. Compreensível este amargo desabafo. O homem amado pela bravura temerária e por participar pessoalmente das forças avançadas de seu exército, acabou seus dias sob a tutela de um mesquinho carcereiro inglês, num cruel desterro, distante dois mil quilômetros da civilização.
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