Vida & Obra


Nicolai Vassilievitch Gogol

Nikolai Vassilievitch Gogol (Ucrânia, 1809 – Moscou, 1852) foi um vanguardista da literatura russa. Oriundo de uma família de pequenos proprietários de terra ucranianos, passa a sua primeira infância no campo. Em 1821 muda-se para Nezin para estudar. Desde muito cedo deseja ser autor teatral. Em São Petersburgo conhece Puchkin, que o influencia notavelmente. Em 1836 inicia uma longa viagem pela Europa. Reside em diversas cidades, particularmente em Roma. A distância de seu país natal e a nostalgia que dela resulta lhe inspiraram alguns dos seus escritos, como a magnífica novela O capote (1843), cujo herói, Akaki Akakievitch, tornou-se o arquétipo do pequeno funcionário russo.

Logo depois, Gogol consegue uma cadeira de professor de História no Instituto Patriótico de Jovens Moças, e em seguida, na Universidade de São Petersburgo (1831 - 1835). Durante este período, ele publica numerosas novelas. Em 1836, a peça de teatro O inspetor geral conhece um real sucesso em São Petersburgo, aplaudida pelos liberais e atacada pelos reacionários; Gogol se sente incompreendido, tanto irritado por aqueles que lhe apoiam quanto por aqueles que lhe criticam: pois todos simplificm e deturpam seu pensamento, pensam que ele ataca as instituições, de uma maneira quase militante, sendo que ele não quer denunciar senão os vícios e os abusos que se encontram no interior da alma humana. Em pleno desarranjo, ele foge e recomeça a viagem pela Europa.

De posse de uma idéia de se amigo Alexandre Puchkin, ele começa a escrever seu grande romance, a peça mestra de sua obra, Almas mortas. Ele tenta publicá-la em Moscou em 1841; mas o Comitê Moscovita de Censura recusa. Não é senão após uma intervenção dos amigos do autor que o livro é publicado em 1842. Este romance é uma descrição sem concessão da Rússia profunda, uma sátira às vezes impiedosa, porém que guarda o profundo amor de Gogol pelo país.

As tribulações recomeçam: Itália, França, Alemanha etc. Em 1848, ele faz uma peregrinação em Jerusalém. Pouco a pouco sua saúde se degrada – e mais ainda a percepção que ele tem da mesma, pois ele se crê sempre mais doente do que de fato – e seu sentimento religioso se exalta: ele se torna cada vez mais místico.

De volta a Moscou, ele redige a segunda parte de Almas mortas. Mas seu estado físico e psíquico se degrada sem cessar. No início de fevereiro de 1852, num momento de delírio, ele queima na lareira de seu quarto, todos os manuscritos inéditos – inclusive o fim da segunda parte de Almas mortas.

Ele morre dia 21 do mesmo mês, fatigado pelos jejuns. Está enterrado no cemitério de Novodevitchi, em Moscou.

Gogol é a primeira grande figura do realismo russo. Começa por escrever contos: Serões na propriedade de Dikanka, Arabescos, O retrato, Diário de um louco. Publica um importante romance romântico, Taras Bulba, que descreve as lutas dos cossacos contra os ocupantes polacos. Mas não demora a inclinar-se para as propostas literárias do realismo. A este gênero se aplica a sua obra-prima, Almas mortas, que, baseando-se num fato real, uma burla que consiste em comprar servos mortos para os hipotecar e obter assim um empréstimo, vem a ser uma visão violentamente satírica da Rússia anterior à abolição da escravatura.     

Fonte: Wikipedia

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