Vida & Obra


Isaac Bashevis Singer

Nasceu em 1904, na cidade polonesa de Radzymin, perto de Varsóvia. Seu pai era um rabino, e sua mãe, Bathsheba, era filha de um rabino. Aos três anos, Singer mudou-se com a família para Varsóvia, onde seu pai supervisionava um Beth din, uma espécie de corte de rabinos, em que atuava como juiz e líder espiritual. A família Singer vivia nos superpopulosos bairros judeus da cidade, que tanto marcariam a produção literária do autor. Posteriormente, foram residir em Bilgoray, um vilarejo judeu. Singer recebeu uma educação judaica rígida, adquirindo conhecimento sobre as leis hebraicas e textos aramaicos. As obras de Espinosa, Gogol e Dostoiévski igualmente lhe foram marcantes. Contar histórias era um costume na sua família, e em uma idade muito tenra Singer também começou a inventar suas próprias fábulas. Em 1920, chegou a entrar em um seminário rabínico, mas desistiu e voltou a Bilgoray. Sustentou-se dando aulas de hebraico e, em 1923, mudou-se para Varsóvia, onde iniciou sua carreira jornalística trabalhando para periódicos literá­rios, chancelado por seu irmão, o também escritor I. J. Singer.

Seu primeiro livro publicado foi o romance Der Sotn in Goray (O satã em Goray), lançado em 1932, na Polônia. O estilo do livro buscava imitar a prosa retórica de livros iídiches medievais. Em 1935, fugindo do anti-semitismo, Singer mudou-se para os Estados Unidos, separando-se assim da sua primeira mulher, Rachel, e de seu filho, Israel, que se mudaram para Moscou e então para a Palestina. Singer estabeleceu-se em Nova York, onde passou a trabalhar no jornal iídiche Forverts. Em 1940, casou-se pela segunda vez, com Alma Hainmann, uma imigrante alemã. Em 1943, Singer tornou-se um cidadão americano. Histórias publicadas em Daily forward foram posteriormente reunidas nos livros In my father’s court (1966) e More stories from my father’s court (2000). Com sua eleição em 1964 para o National Institute of Arts and Letters, tornou-se o único membro americano da instituição a escrever em outra língua que não o inglês. “O iídiche é a linguagem sábia e humilde de todos nós, o idioma da assustada e esperançosa humanidade”, disse o autor certa vez.

Singer publicou dezoito romances, quatorze livros infantis, além de ensaios e artigos, mas tornou-se mais conhecido por seus contos. Embora escrevesse originalmente em iídiche, traduziu, co-traduziu e/ou supervisionou a tradução de várias de suas obras para o inglês, admitindo que esse se tornara, com o passar dos anos, sua segunda língua.

Entre seus romances mais conhecidos estão: The Family Moskat (1950), seu primeiro título publicado em inglês, The Manor (1967) e The Estate (1969), The magician of Lublin (1961) e Shosha (1978). Suas reuniões de contos mais famosas são: Um amigo de Kafka (1970, L&PM POCKET) e The death of Methuselah and other stories (1988). Entre seus livros autobiográficos estão In my father’s court e Amor e Exílio (1984, L&PM POCKET), que falam, entre outras coisas, da sua criação religiosa na Polônia e do gradual distanciamento dos preceitos e costumes da prática religiosa. Também os seus personagens ficcionais são pessoas com posicionamentos religiosos pouco rígidos ou ortodoxos.

Suas histórias poderiam ser consideradas realistas, mas subjaz aos seus enredos uma mágica das coisas cotidianas e comuns que distanciam a prosa de Singer do realismo tradicio­nal. Igualmente, o autor sempre salientou em seus personagens as pulsões sexuais e amorosas, e seu texto é todo ele temperado por um sutil senso de humor melancólico. Além dos dramas pessoais de cada personagem e do tema específico de cada história, a obra de Singer retrata a vida dos agrupamentos judaicos no início do século, em meio à pobreza e à superstição, ou a vida dos imigrantes judeus no período entre-guerras ou pós-Segunda Guerra Mundial. Foi laureado pela Academia Sueca em 1978 com o Prêmio Nobel de Literatura, honraria máxima do mundo das letras, devido à “sua apaixonada arte narrativa, que tem raízes nas tradições culturais judaico-polonesas e que dá vida universal à condição humana”.

Nos últimos quatorze anos da sua vida, Singer teve a companhia de Dvorah Telushkin, quem ele conheceu em 1975. Singer faleceu em 24 de julho de 1991. Vários de seus livros foram transformados em filmes, entre os quais: Yentl, dirigido por Barbra Streisand em 1983, e Inimigos, uma história de amor (Coleção L&PM POCKET, vol. 145), de 1972, transformado em filme em 1989 com direção de Paul Mazursky.

Mais livros de Isaac Bashevis Singer


Opinião do Leitor

Jonas
Rio de Janeiro - RJ

Simplesmente um dos autores centrais do seculo XX. Por favor, publiquem mais livros dele - carecemos de novas edições desse autor maravilhoso.

23/05/2013