Vida & Obra


Thomas Paine

Thomas Paine nasceu no dia 29 de janeiro de 1737 em Thetford, Norfolk, Inglaterra, filho do quaker Joseph Pain, um costureiro de espartilhos, e da anglicana Frances Cocke Pain. Estudou na Thetford Grammar School e aos treze anos se tornou aprendiz do pai. Em 1757, serviu no navio King of Prussia durante a Guerra dos Sete Anos e, depois de seis meses, foi para Londres trabalhar para um grande costureiro. Nessa época começou a entrar em contato com a filosofia e a ciência.

Em 1759, abriu sua própria confecção de espartilhos em Kent e casou-se com Mary Lambert, que morreu ao dar a luz ao primeiro filho, juntamente com o bebê. Após o abalo, fechou a loja e voltou a Thetford para trabalhar no serviço de cobrança de impostos, do qual acabou dispensado e ao qual foi readmitido diversas vezes, mas que serviu de base para The Case of the Officers of Excise (1772), seu primeiro panfleto a obter sucesso. Em 1771, casou-se com Elizabeth Ollive, filha de um amigo.

Em 1774, foi apresentado a Benjamin Franklin, quem o ajudou a imigrar para os Estados Unidos. Já na Filadélfia, passou a se dedicar ao jornalismo e a escrever artigos, poemas e outros escritos, que culminaram em 1776 com a publicação (primeiramente anônima) de Senso comum, um panfleto que conclamava as colônias americanas a lutarem para tornar o país independente da Grã-Bretanha e pela criação de uma república. Há registros de que o panfleto tenha vendido mais de 150 mil cópias somente em 1776. Nessa época, passou a assinar seu nome com um "e" no final, diferentemente do nome familiar.

No ano seguinte, viajou com o exército e não teve muito sucesso como soldado, mas essa experiência foi retratada em The American Crisis, uma série de panfletos publicados entre 1776 e 1783 com grande repercussão em setores do exército e do congresso americano. Ao longo da vida, tanto nos Estados Unidos quanto na Europa, Paine presidiu comitês estratégicos e assumiu diversos cargos políticos, entre eles o de secretário do Comitê de Assuntos Exteriores dos EUA, do qual acabou expulso. É dessa época o texto Dissertations on Government; the Affairs of the Bank; and Paper Money (1786). Após o polêmico episódio, retornou a Londres em 1787, dedicando seu tempo a invenções, como uma vela que produzisse menos fumaça e uma ponte de ferro sem pilares.

Em resposta a Reflections on the Revolution in France, obra crítica de Edmund Burke à Revolução Francesa, Paine escreveu Os direitos do homem, manifesto republicano-democrático publicado em duas partes (1791-1792), no qual mostra sua visão de uma sociedade igualitária fundamentada sobre os direitos naturais do cidadão. As detalhadas propostas – expostas na obra – sobre como o governo poderia assistir os pobres inspiraram as gerações futuras. Devido às suas posições radicalmente antimonárquicas, Paine foi condenado à prisão na Inglaterra, mas conseguiu fugir a tempo.

Na França, recebeu a cidadania honorária e foi eleito membro da Convenção Nacional. Porém, sua posição contrária à execução de Luís XVI – argumentando que ele deveria ser mantido na prisão durante a guerra e depois exilado para os Estados Unidos – levou à sua expulsão da Convenção Nacional e posterior prisão, em 1793. Nessa época de grandes tensões, Paine passou a beber cada vez mais. Ainda preso, começou a escrever seu mais controverso trabalho, A idade da razão (1794-1796), no qual questiona a autoridade da Bíblia e profere uma defesa fervorosa do deísmo (afirmação da existência de Deus por meio da razão).

Libertado em 1794, publicou um ano depois Dissertação sobre os primeiros princípios do governo, panfleto no qual defende o sufrágio universal. A convite do presidente americano Thomas Jefferson, Paine retornou para os Estados Unidos em 1802. Porém, com uma série de inimigos detratando-o publicamente, Paine foi se isolando aos poucos, até morrer em 8 de junho de 1809, aos 72 anos, em Nova York.

Mais livros de Thomas Paine


Opinião do Leitor

Deixe seu depoimento sobre o autor