Vida & Obra


Paulo Perdigão

A morte do jornalista Paulo Perdigão – ocorrida em 31 de dezembro de 2006, aos 67 anos de idade – deixa uma lacuna na crítica cinematográfica. Este ofício ele exerceu com maestria por mais de 30 anos, nos jornais Diário de Notícias, Globo e JB e nas revistas Manchete e Veja. Também atuou como programador de filmes da Rede Globo de Televisão, onde ingressou em 1967, foi editor do Guia de Filmes, publicação do antigo Instituto Nacional do Cinema (INC), entre as décadas de 1950 e 60, ajudou a organizar alguns dos mais importantes festivais internacionais de cinema realizados no país.

Paulo Perdigão era também um especialista em Jean-Paul Sartre, de quem fez a primeira tradução em português de O ser e o nada, e escreveu Existência e liberdade uma introdução à filosofia de Sartre, ensaio sobre o discurso filosófico sartriano. Em 2006, relançou Anatomia de uma derrota, de 1986 – além de ser considerado pela crítica e a mídia especializada como a obra definitiva sobre a derrota do Brasil na Copa do Mundo de 1950, o livro inspirou o curta-metragem Barbosa, de Jorge Furtado e Ana Luiza Azevedo. 

Em 2002, chegou às livrarias a reedição de Western clássico Gênese e estrutura de Shane, sobre o filme de George Stevens, aqui batizado de Os brutos também amam – título que ele abominava – e ao qual ele assistiu 82 vezes. A adoração do jornalista por Shane era tanta que ele viajou diversas vezes a Hollywood para visitar as locações do filme, do qual tinha uma cópia, montada lá, em que se inseriu na cena do duelo final, avisando ao mocinho vivido por Alan Ladd que o personagem de Jack Palance planejava matá-lo. 

Paulo Perdigão também tinha admiração pelo rádio, de que tratou em PRK-30, livro homônimo ao programa de humor que, por mais de duas décadas, foi uma das vedetes da Rádio Nacional, alcançando mais de 50% de audiência.

No artigo que escreveu sobre o colega na Folha de S. Paulo (edição de 6 de janeiro de 2006), Carlos Heitor Cony conta que foi seu companheiro no Correio da Manhã, onde “Paulo despontava como um dos jovens mais brilhantes de sua geração. (...) “Ele era um personagem que Justino Martins, então diretor de Manchete, classificaria de fascinante”. 

Fonte: Associação Brasileira de Imprensa

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